Abacate – há fruto mais na moda do que este?
Antigamente chamávamos-lhe “pera abacate”. Hoje essa designação atira-nos para os tempos do Espaço 1999, Dallas, Topo Gigio e afins…
Com a moda do “low fat”, durante os anos 80 e 90, os abacates tiveram uma looonga travessia do deserto dietético.
Que terminou não sei bem quando, mas provavelmente com o aprofundar da pesquisa sobre nutrição e ainda o crescente interesse sobre as Blue Zones e os efeitos anti-aging da Dieta Mediterrânica.
Abacate e eu, a história
O primeiro contacto que tive com este fruto não foi positivo. A minha mãe estava a preparar um jantar em casa e tinha decidido fazer como entrada alguma variação do então hiper-chique cocktail de camarão como recheio de meio abacate.
Eu tinha a importantíssima incumbência de abrir os abacates e os preparar para serem recheados. Não é uma tarefa fácil para uma criança. Eu também já não era assim tão criança, confesso…
Bom, dá-se o facto – tão frequente – de que os tais abacates se revelaram muito para lá do seu ponto ótimo, apresentando aquelas manchas castanhas que todos odiamos – não há mood killer maior.
E que fiz eu? Lixo com eles!
“O quê???” pergunta a mãe, siderada com a notícia apresentada após o facto.
“Estavam estragados…” relata a filha, sem perceber o que poderia ter feito diferente.
Não me lembro bem se tive direito a jantar nesse dia 😉
Depois dessa altura, fui namorando os abacates de longe, sempre associados aos vários restaurantes mexicanos que foram conquistando o meu coração e estômago, nas diferentes paragens geográficas da minha vida.
Até que explode a tendência e hoje o abacate está em todo o lado. Felizmente, porque são realmente deliciosos!
Quando passei uns tempos em Los Angeles, faz agora 2 anos, aproveitei bem a qualidade maravilhosa do abacate por lá. Há provas fotográficas dos meus pequenos-almoços no Blue Jam Cafe, com a minha “side order of avocado, for 2$”…
Abacate – benefícios nutricionais
Não se trata só de moda, os abacates são também muito interessantes do ponto de vista nutricional.
Segundo a informação disponível, os abacates são ricos em ácidos gordos monoinsaturados, vitaminas A, C, E e algumas do complexo B, minerais, antioxidantes e fibras. Contém ainda proteínas.
A presença destes nutrientes torna o abacate benéfico nos seguintes eixos:
- proteção contra as doenças cardio-vasculares
- prevenção da diabetes tipo-2
- combate à inflamação (interna)
- ação antioxidante
- desempenho cerebral
- estabilização dos níveis de açúcar e insulina no organismo
- saúde da pele, dos olhos e do cabelo
Se quiseres ler mais, vai por AQUI.
O seu valor calórico é mais elevado do que o habitual na fruta – 108 Kcal por 100 gr – mas, por outro lado, não tem praticamente açúcar nenhum. (fonte: AQUI)
Que quantidade de abacate comer?
Como em tudo, eu sou pelo equilíbrio.
Como habitualmente 1/4 de abacate por dia. Ou num smoothie de manhã, ou numa salada ao almoço. Mas não me preocupo com o peso exato, se o abacate for maior, melhor 🙂
Excepção feita aos momentos em que tenho um “daqueles” desejos de guacamole, e aí não sei mesmo que quantidade é que como, é mesmo enquanto houver!
Outras manias: normalmente quando ponho abacate na salada não tempero a salada com azeite, apenas sumo de limão e vinagre (de cidra ou balsâmico).
E também não acumulo abacate com oleaginosas. Sou fiel aos princípios da Kimberly Snyder, de simplificar as refeições para facilitar a digestão – uma fonte de proteína, uma fonte de gorduras saudáveis, etc.
Variedades de abacate
Existem muitas variedades de abacate mas, no mercado português, encontras habitualmente dois tipos:
- Os que têm a casca mais rugosa e mais escura. A variedade chama-se Hass e são os meus preferidos. Originária da Guatemala, esta variedade tem a polpa muito macia, tem um sabor suave e é também mais fácil de apanhar “no ponto”. É perfeito para guacamole e para esmagar na torrada.
- Os que têm a casca verde vivo, brilhante. Não arrisco partilhar o nome pois há mais do que um tipo com estas características e não estão habitualmente classificados nos mercados. Estes têm a casca tão rija que é difícil perceber quando estão maduros. A polpa também tem uma consistência diferente dos anteriores: faz cubos mais bem formados mas, na minha opinião, não resulta tão bem esmagado (para a torrada de abacate ou guacamole).
Um bom artigo sobre as variedades de abacate: no Huffington Post, AQUI.
E sobre o cultivo (crescente) de abacate em Portugal, também encontras artigos interessantes:
- Em Marketing Agrícola, AQUI.
- Em Barlavento, AQUI.
Bom, agora resta-me sugerir que comas regularmente a tua dose deste fruto maravilhoso, como antídoto a todos aqueles sintomas de envelhecimento e doença, que queremos evitar.
Receitas com abacate no Glow Chef
Mais virão, e muito rapidamente, mas para já vai fazendo estas:
Torrada de Abacate e Chuva de Lima
Wraps de Cavala com Abacate e Vegetais
Fotografia: Glow Chef, Brenda Godinez, Kelly Sikkema e Caroline Attwood.